NAB Show 2018: 8 insights fundamentais

Publicado por Glaudir Schlemper em

Nos últimos anos, a equipe Digilab tem participado da NAB Show, que ocorre anualmente em Las Vegas e expõe ao mundo soluções inovadoras relacionadas à área de tecnologia. O evento foi realizado entre os dias 7 e 12 de abril de 2018. Este ano, como não poderia ser diferente, estivemos por lá e gostaríamos de compartilhar a experiência da nossa participação no maior encontro de fornecedores de mídia e do entretenimento no mundo.

Já na chegada, o tamanho do evento impressiona muito. A cada ano maior, a NAB Show expande suas atrações por todo Convention Center em LAS VEGAS. Segundo a assessoria do evento, foram 103 mil participantes de 161 países e mais de 1.800 expositores. Em cada canto, uma nova ferramenta, tecnologia, equipamentos e sistemas. Separadas fisicamente em Halls, o evento mostra que algumas tendências vieram para ficar. Em vias gerais, no que diz respeito especificamente ao universo da televisão, a tecnologia está cada vez mais presente e acessível. A produção de conteúdo pode, e deve, ser cada vez mais democrática, simples e tecnológica.

A seguir, separei 8 destaques de tendências que observei no evento. Elas são interessantes porque, mesmo que ainda não façam parte da realidade da sua emissora, operadora ou programadora, devem ditar o mercado e aparecerem já nos próximos meses.

Espero que goste. Boa leitura!

Rodrigo Budzinski — CEO Digilab

1) Captação de vídeo

O Central Hall é dedicado às novidades relacionadas à captação e produção de mídia. Por lá encontramos muitos equipamentos inovadores. O destaque vai para as câmeras 4K, que se consolidam como algo corriqueiro, destinado até mesmo para uso doméstico. O lugar de novidade fica para as resoluções 6K e 8K, com lançamentos da Sony nos três formatos. As novas câmeras também ganham qualidade de som, funcionalidades e opções 360º, cada vez mais comuns. Vimos também mais tecnologia para exibir essas imagens. Afinal, de que adianta a captação ser tão nítida se o aparelho não corresponde? Destaque para vários modelos de OLED para exibição em todos os tamanhos e formatos.

2) Nuvem e on-premises

O North hall segue mostrando soluções variadas de hardware e software, destaque para muitas versões de Playout na nuvem e on-premises. Explicando por alto, caso você ainda não tenha conhecimento pleno sobre as diferenças, basicamente o on-premises é o modelo mais comum. Ao contratar um serviço de Playout, o cliente opta por ter o servidor físico dentro da empresa. É a opção mais escolhida por ser mais tradicional e dar uma sensação de controle. Porém, a empresa precisa arcar com os custos iniciais da aquisição de equipamentos, manutenção, espaço físico, ociosidade do sistema, etc.

Já no modelo nuvem, o servidor fica em um local remoto, ou seja, um Data Center externo. Além de permitir mais flexibilidade, pois pode ser acessado de qualquer lugar, sistemas assim têm um menor investimento inicial e contemplam a expansão da empresa sem a necessidade de migrar de espaço físico para acomodar mais equipamentos.

Na Digilab temos discutido as vantagens do Playout na nuvem já há algum tempo. O que a feira nos mostrou é que a tendência se mantém forte e deve ficar ainda mais popular. Caso tenha interesse em saber mais, leia este material: “O que é e quais são as vantagens do playout na nuvem?”

3) Áudio descrição e edição em tempo real

No North hall chamaram muito a atenção a presença de startups. Aqui, destaco soluções muito interessantes como audiodescrição na nuvem para vídeos gravados. O sistema, com uma incrível precisão e em multilinguagem, através de uma interface simples e intuitiva, faz upload simples da mídia e gera arquivos de texto em vários formatos como SRT, pdf, txt. Há também a possibilidade de obter o vídeo já legendado, mostrando que a tecnologia já avança a ponto de termos ainda mais agilidade da disseminação de informação em diversas línguas.

Outra novidade que chama muito a atenção é a possibilidade de edição em tempo real. Uma das empresas apresentou um aplicativo para smartphone para editar vídeo em tempo real, com uma facilidade incrível. A funcionalidade pode ser útil para a cobertura de eventos, jornalismo e até para entretenimento, pensando na realidade de canais do Youtube, por exemplo.

4) Software as a Service

O SaaS mostrou-se uma tendência muito presente no South Hall, que destaca as maiores empresas do setor, no qual as soluções em software para áudio e vídeo em destaque no mundo são apresentadas. Esse modelo de contrato no qual a empresa contrata o serviço por um tempo curto e renova continuamente (como uma assinatura mensal, por exemplo) mostra-se como uma tendência muito forte do mundo IP e da invasão da tecnologia da informação no mundo das emissoras de TV. Esta tendência cresce junto com a nuvem, já citada anteriormente, uma vez que as duas estão perfeitamente em sincronia. Serviços que não estão baseados in loco podem facilmente ser substituídos caso o cliente não esteja satisfeito. A disseminação desse tipo de contratação coloca as empresas em uma situação na qual devem aperfeiçoar-se sempre, o que é bastante interessante para o mercado.

5) Preço e acessibilidade

Outro destaque da feira vai para a possibilidade cada vez maior de acesso a tecnologias de alto padrão por empresas de qualquer porte. Serviços de todos os tipos, como encoding, transcoding, playout, workflow, machine Learning e computação cognitiva, sendo oferecidos em plataformas muito simples e com custo acessível, viabilizando projetos de TV e audio e video de baixo custo e alta qualidade, sem investimentos em ativos de hardware historicamente caros.

A tendência é a disponibilização de micro serviços, nos quais pode-se trabalhar com funcionalidades muito específicas que, quando combinadas, formam um workflow completo de produção, permitindo uma customização e adequação a cada estilo de operação.

6) Protocolo NDI

Destaque ainda para o mundo IP, o novo protocolo NDI vem sendo amplamente divulgado e implementado através de parcerias com grandes empresas. Panasonic, Medialooks e Stream Circle são alguns exemplos. Através de SDK gratuito, possibilita que qualquer dispositivo de captação, computadores, smartphones, ligados a uma rede gigabit, tornem-se entrada para uso na mesa de corte, e sejam vinculadas a programação. Permite ainda o controle de câmeras, PTZ, tally, e audio e video em único cabo de rede e única interface ethernet. Isso é interessante porque dá mobilidade para a operação e, mais um vez, permite que empresas de todos os portes possam ter qualidade de transmissão mesmo com operações muito pequenas.

7) Machine Learning e Computação Cognitiva

No evento, havia também grandes empresas como Google e Amazon viabilizando machine Learning e computação cognitiva, para áudio e vídeo, demonstrando, por meio de empresas que consomem o serviço, soluções para indexação de metadados no vídeo. Isso permite a busca por objetos na timeline, ou seja, se o editor precisa encontrar em todo o material gravado as imagens que possuem um avião, por exemplo, o software é capaz de encontrar todas as mídias que possuem uma imagem de avião e ainda em que posição na timeline ela se encontra. Essa possibilidade, além de facilitar a navegação, edição e produção de vídeos, revoluciona o workflow de emissoras e produtoras de conteúdo e a experiência dos usuários.

8) Plataformas OTT

O over-the-top também foi destaque na feira e, para quem trabalha com produção e distribuição de conteúdo o foco está em direcionar o conteúdo para as pessoas certas de maneira cada vez mais consistente. Para isso, os algoritmos têm evoluído muito. Segundo Edmar Moraes, diretor de Vendas de Mídia e Entretenimento para América Latina da Kaltura, em entrevista para o portal da SET o segredo está na combinação perfeita entre inteligência artificial e experiência do usuário. Nós da Digilab nos concentramos em ajudar na criação desses metadados que proporcionam a melhor experiência e no auxílio das programadoras para a redução de retrabalho e maior precisão no momento de enviar conteúdo. Caso queira saber detalhes acesso: “Controle de qualidade, adequação de conteúdos e distribuição para programação linear, plataformas VOD e OTT: realize esse processo em uma única interface”

Conclusão

De modo geral, observamos que as tendências que despontaram em anos anteriores estão se consolidando. No que diz respeito à nuvem, por exemplo, a lógica de poder operar sistemas de qualquer lugar tende a tornar-se quase regra em alguns casos. Na lógica da nova geração que nasceu com a internet em seu auge, que dominará os ambientes de trabalho em poucos anos, é quase impensável um sistema que só exista em um lugar e não possa ser acessado remotamente.

Para as empresas que desenvolvem aplicações, perceber que o mercado é dinâmico e que é preciso inovar e melhorar os serviços é o básico. A grande sacada é identificar as necessidades do cliente e saber customizar os serviços para que eles possam atender demandas específicas, e satisfazer por completo o cliente.

Nós, da Digilab, estamos satisfeitos e contentes por saber que estamos no caminho certo. Várias das aplicações que temos desenvolvido apareceram como o que há de mais moderno na tecnologia voltada para o mercado de TV. Alguns exemplos são as funcionalidades ligadas à audiodescrição e principalmente o pioneirismo na automação para plataformas OTT que conseguimos promover com o PlayManager.

Sendo assim, foi um imenso prazer mais uma vez participar deste grande evento e poder trazer insights que certamente farão a diferença nos produtos e serviços desenvolvidos pela Digilab.

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